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o sal da terra – 21 de abril, no hádoc

O nome de Sebastião Salgado é incontornável para qualquer amante de fotografia. As imagens que capta, a preto e branco, transbordam de intensidade e movimento. Mas o seu nome não será estranho também a outros, eventualmente menos atentos aos meandros da fotografia, que seguramente se cruzaram já com trabalhos deste brasileiro, retratando atrocidades no Ruanda, ou revelando os efeitos da seca no Norte de África, ou mostrando a pobreza na América Latina ou ou sobrepovoamento e miséria nas cidades da Ásia, etc, etc, etc…

Autor de fotos tão perturbantes como belas, tanto pelo contexto sócio-económico subjacente às mesmas como pela força da técnica fotográfica, Sebastião Salgado decidiu, ao fim de 40 anos de trabalho em que o conflito, violência e trauma social sempre estiveram muito presentes, partir, acompanhado pelo seu filho, em busca das paisagens, dos povos e do mundo natural, que se esconde nos confins mais inexplorados do planeta.

Pela mão do mestre Wim Wenders, “O Sal da Terra”, documentário igualmente assinado por Juliano Ribeiro Salgado, traz-nos o relato destas viagens, em que somos acompanhados pela voz do fotógrafo, mas também nos leva noutra viagem, uma que percorre a vida e a obra do homem atrás da câmara.

 

21 ABRIL 2015

O SAL DA TERRA

de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado

110 minutos | França, Brasil, Itália | 2014

 

lista

 

TEATRO MIGUEL FRANCO, LEIRIA, 21h30

ESTREIA

 

Nos últimos 40 anos, o fotógrafo Sebastião Salgado viajou por todos os continentes, nas pegadas de uma Humanidade sempre em mutação. Testemunhou alguns dos maiores eventos da nossa história recente: conflitos internacionais, fome e êxodo. Embarca agora numa viagem à descoberta dos territórios virgens, da fauna, da flora e das paisagens grandiosas, num enorme projeto fotográfico, “Génesis”, que presta tributo à beleza do planeta.

 

Há mais de 20 anos, o olhar do cineasta Wim Wenders foi atraído por uma fotografia de umSalDaTerra_hadoc_mra mulher berbere cega. Até hoje, esta imagem está exposta no seu estúdio.

O homem responsável por esta fotografia é Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro que fez inúmeras viagens pelo mundo. Viveu com povos indígenas e em campos de refugiados durante meses e anos seguidos, tendo voltado sempre com poderosas imagens que impressionam, chocam ou surpreendem.

Salgado é um homem marcado pela vida que levou, e a sua voz tranquila acompanha as fotografias a preto e branco, algumas delas retratando tragédias e crueldades inimagináveis.

Nas suas palavras: “Não há nenhum animal tão agressivo como o ser humano.”

Mas que pode um fotógrafo fazer quando, depois da enésima viagem, não quer – ou não é capaz de – documentar novas atrocidades?

Salgado tinha a sua própria solução para isso, pelo que, juntamente com o seu filho, decidiu filmar entre as morsas e os ursos polares, ou a replantação de uma floresta tropical na sua região natal, com o intuito de mostrar que ainda há muitos lugares intocados no mundo.

Wim Wenders e o filho de Salgado, Juliano Ribeiro, criaram uma requintada visão geral da extensa obra deste fotógrafo apaixonado, e do próprio homem – um homem que acredita que todas as histórias, não importa o quão bárbaras, merecem ser contadas.